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Baterias vs Hidrogénio o Futuro dos motores pós combustão

Faz duas décadas que defendemos que o futuro, sendo extremamente benéfico para Portugal cujo potencial de se tornar uma economia exportadora de energia é enorme, é o hidrogénio com a sua produção baseada na utilização de energia renovável e localizada na fonte de matéria-prima (água).

Portugal é o país da UE com maior riqueza em fontes de energia renovável diversificada por km2. Número de horas luz/intensidade solar, rios, ventos, ondas, marés (offshore) e até mesmo geotérmica nos Açores.

 

Em termos da indústria automóvel, o hidrogénio retira o problema da autonomia/potência versus peso. O peso das fuel cells é mínimo e o depósito de hidrogénio pode-se comparar com o peso dos actuais depósitos de combustíveis fósseis. Além do mais, a sua produção é muito mais económica do que a produção automóvel de veículos a baterias, quando já contabilizado o custo das mesmas. Outra das vantagens do hidrogénio, é o de as fuel cells não terem um tempo de vida delimitado como têm as baterias, o que implica a obrigatoriedade de custo bastante significativo aos proprietários no momento da sua substituição.

 

Em termos culturais, é igualmente muito mais pacifica a transição dos combustíveis fósseis pelo hidrogénio, uma vez que o comportamento e os gestos culturais são os mesmos em ambos os combustíveis, ir a uma bomba de abastecimento, colocar a mangueira no “depósito”, pagar e seguir viagem, sem qualquer troca bateria ou tempo de carga.

 

Pelo prisma ambiental, a produção do hidrogénio, com base em energias renováveis, conjuntamente com a produção das fuel cells, tem uma pegada ecológica, em todo o seu ciclo de vida, imensamente menor do que a das baterias.

 

O único motivo da opção dos governos e meio académico pelas baterias em detrimento do hidrogénio, tem apenas fundamento nos lobbies económicos que têm demonstrado um maior interesse pelas baterias, seja pelo valor económico na sua produção, seja pelo custo que as marcas vão cobrar na substituição das mesmas, etc,. uma vez que as fuel cells, ao terem um custo de produção mais económico e a uma manutenção a médio/longo prazo quase inexistente, é no imediato menos rentável para a indústria que não internaliza na sua cultura/estratégia, que a produção de veículos mais baratos e de combustíveis mais baratos, acabam por fomentar uma maior taxa de substituição dos veículos ao longo dos anos, logo um incremento da venda de veículos novos.

 

Artigo científico publicado na PNAS: https://www.pnas.org/content/116/14/6624?fbclid=IwAR1m5Zug0p1EZlQvihYq0a_EciGTD-o6_U1G9bNsG8DySk8Yc5ZkxTkKU-E